Microplásticos

Imagem: Florida Sea Grant

 

Não é segredo para ninguém que o plástico está entre os maiores poluentes do planeta atualmente, gerando muita discussão sobre o que deve ser feito para conter e reduzir os impactos causados pelo seu consumo. A pergunta é: como se livrar de algo que revolucionou o conceito da praticidade, fez nossos carros serem mais leves, coloriu nossas paredes, conservou por mais tempo nossos alimentos e tornou nossa vida muito mais fácil?

Ainda que a resposta fosse extinguir o uso dos plásticos e seus derivados, essa não parece ser a solução mais provável no momento. Na verdade, há uma nova problemática causada pelo plástico que ninguém enxerga. Seu nome é microplástico.

Microplásticos são pequenas partículas de plásticos, com medida de 1 a 5 milímetros, provenientes, por exemplo, de redes de pescas, embalagens, pneus e até mesmo roupas feitas de tecidos sintéticos. O plástico desses produtos é fragmentado em micropartículas chegando aos oceanos através do descarte inadequado dos resíduos que acabam sendo ingeridos pelos plânctons e outros animais que habitam os grandes mares.

 

Imagem: muitocurioso.org

 

Das nossas roupas aos aterros. Dos oceanos às nossas mesas

Um estudo realizado pela especialista em biologia marinha Judith S. Weis, revela que as fibras sintéticas como poliéster, poliamida e elastano são responsáveis por cerca de 85% de toda a composição de microplásticos presentes nos Oceanos, sendo também chamadas de microfibras. Além desse material ser nocivo por si só, ele ainda tem capacidade de absorver produtos tóxicos como: metais pesados e os pesticidas poluentes orgânicos persistentes (POPs), fazendo com que o dano à biodiversidade marinha seja muito maior.

E não para por aí. Ao consumirmos o peixe de toda a semana ou até mesmo outros frutos do mar, existe uma considerável chance de já estarmos ingerindo este plástico e os poluentes que foram absorvidos por eles, propagando assim a intoxicação em toda a cadeia alimentar. É assim que os danos relativos ao microplático atingem diretamente a nossa saúde.

A grande questão deste problema é uma pergunta que devemos fazer a nós mesmos a partir de agora: queremos continuar produzindo materiais que ficam segundos em nossas vidas, mas que duram para sempre nos Oceanos afetando a vida marinha e também a nossa?


 

Por Barbara Oliveira,
Técnica em Química e estudante de Engenharia Química.
E-mail: barbara_oliveira98@hotmail.com
Instagram: baaho_

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